Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas ®

sexta-feira, 26 de março de 2010

Conjunção de Manchas, do SpaceWeather.com

Um astrofotógrafo dos Estados Unidos conseguiu registrar essa conjunção rara da Estação Espacial Internacional (ISS) com um agrupamento de manchas solares.

Detalhe: as manchas distam 150.000.000 de km da Terra, e a ISS apenas 6,2 km. Desse modo, podemos imaginar o real tamanho das manchas!

quinta-feira, 25 de março de 2010

[Sky & Telescope] Astro-geeks e astroholics

Este artigo saiu na revista Sky & Telescope (uma das principais publicações de astronomia do mundo) do mês de abril de 2010. Achei muito bom e fiz uma tradução que compartilho com vocês logo abaixo.

(Sky & Telescope) Tenho certeza que a maioria dos leitores da Sky & Tellescope, como eu, amam a astronomia amadora e sentem prazer em compartilhar seu entusiasmo com outras pessoas. Em nosso entusiasmo para convertê-las, podemos falhar ao esclarecer as pessoas sobre as ciladas do nosso hobby. Especificamente, nós devemos isso aos potenciais “newbies” (novatos) para avisá-los do risco de se tornar um “astro-geek”. Aqui está minha lista Top 10 de modos de saber se você é um astro-geek:
10. Você não apenas sabe o que é um Schiefspiegler, como também sabe como soletrar isso.
9. O principal critério na hora de comprar um carro é se seu telescópio irá caber dentro.
8. Você possui mais do que um telescópio.
7. Sua idéia de um grande presente é um colimador laser com barlow.
6. Seu telescópio vale mais do que seu carro.
5. Você se preocupa apaixonadamente se Plutão é um planeta ou um planeta anão.
4. Seu relógio de pulso está regulado para o Tempo Universal.
3. Você substituiu as luzes interiores do seu carro por lâmpadas de luz vermelha.
2. Seus animais de estimação são batizados com os nomes de crateras lunares.
1. Você perguntou a sua namorada se ela gostaria de fazer um passeio pelo campo para ver estrelas... E você realmente olhou as estrelas.

Nós deveríamos alertar ao potencial “newbie” sobre os riscos de saúde do nosso hobby, e eu não estou falando da “febre por abertura”. É quase desnecessário dizer que a maioria dos astro-geeks são privados de sono. Esta pastosa complexão pode ser sintoma de um problema muito mais sério: anemia. Nestas noites quentes de verão, enquanto você estiver absorto na ocular, mosquitos podem estar sugando o seu sangue. Observadores de Minnesota deveriam estar particularmente alertas com relação a esse ponto.

Falando de Minnesota, hipotermia pode ser um problema real para aqueles que observam durante o inverno. Se você não se preocupa com a sua aparência, é possível se vestir com camadas suficientes para manter a temperatura do corpo. Então isto não será problema para você, mas pode ser uma séria conseqüência para o “newbie”. Depois há os riscos de ossos quebrados por cair de uma escada ou tropeçar em um tripé, assim como o risco de voltar com dores por carregar equipamento pesado. Vamos encarar isso; se tivéssemos força, coordenação e balanço, estaríamos praticando esportes.

Muitos de nós desenvolvemos “cobiça telescópica”. Certamente, para alguns, um telescópio é apenas um telescópio, mas outros secretamente almejam por um instrumento maior. Desafortunadamente, tanto quanto o tamanho do telescópio aumenta, o custo também aumenta, bem, astronomicamente. Sem tratamento, o astro-geek com cobiça telescópica pode se tornar um astroholic. O astroholic precisa de telescópios cada vez maiores e maiores, assim como céus mais e mais escuros para ter sua satisfação. O astroholic se torna cada vez mais irritável e depressivo quando o tempo ruim o mantém longe da ocular. Mas mesmo o astro-geek intermediário corre o risco de depressão. Aqueles que experimentaram nuvens na noite da grande tempestade de meteoros Leonídeos, ou logo antes da totalidade, sabem do que estou falando.

Se, depois de alertar o “newbie” sobre as ciladas da astronomia amadora, nosso aviso entrar por um ouvido e sair pelo outro, ainda podemos consolar nosso novo camarada com uma verdade inquestionável: astro-geeks fazem grandes amigos!

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A despeito das ciladas descritas neste artigo, Mark Stephenson foi um ávido astrônomo amador por 50 anos, e continua ativo apesar de estar oficialmente cego desde a década passada. Ele ainda pode observar devido a uma visão periférica razoavelmente normal.

domingo, 21 de março de 2010

Efemérides da Semana 22/03 a 28/03

Mais uma semana de observações (se o tempo permitir!).

22 - Saturno em oposição (magnitude 0,5);

23 - Brilho máximo aparente do cometa 81P Wild (9,3);

23 - Lua em Quarto Crescente.

24 - Lua próxima a Pollux;

25 - Lua próxima a Marte (magnitude 0,0) e a M44 (Aglomerado do Presépio);

28 - Perigeu lunar (distância: 361.871 km);

Estação Espacial Internacional
DateMagStartsMax. altitudeEnds
TimeAlt.Az.TimeAlt.Az.TimeAlt.Az.
25 Mar0.105:37:4110SSE05:38:4011SE05:39:3910ESE
26 Mar-2.106:00:1310SSW06:03:0444SE06:05:5310ENE
27 Mar0.004:50:4810SSE04:51:5512SE04:53:0310ESE
28 Mar-2.305:14:3922SSW05:16:1346SE05:19:0210ENE
28 Mar-0.519:58:1610NNW19:58:3612NNW19:58:3612NNW

Satélites Iridium
DateLocal
Time
Intensity
( Mag)
Alt.AzimuthDistance to
flare centre
Intensity at
flare centre
(Mag.)
Satellite
25 Mar04:49:12-437°337° (NNW)10.5 km (W)-8Iridium 70
27 Mar06:22:00-247°20° (NNE)18.0 km (W)-8Iridium 26
28 Mar06:15:58-746°20° (NNE)3.7 km (E)-8Iridium 23




sábado, 20 de março de 2010

(Correio Braziliense) Astronomia e o trabalho dos amadores

A astronomia é uma das áreas do conhecimento mais beneficiadas pelo trabalho de amadores

Observadores anônimos descobrem novos corpos, como asteróides e supernovas, e fornecem dados fundamentais para as pesquisas sobre o espaço


(Correio Braziliense) Noite escura e céu aberto. É o que basta para Marcelo Domingues montar seu observatório particular — um telescópio com uma câmera acoplados a um computador — no quintal de sua casa, no Grande Colorado, em Brasília. Sentado numa cadeira de praia, o servidor público de 38 anos passa cerca de cinco horas observando a imensidão do espaço sideral. É dali que ele registra imagens dos objetos astronômicos que mais o atraem, os cometas. “É como um vício. O meu começou com a passagem do cometa Halley, em 1986. Porém, só aos 31 anos consegui montar todo o meu equipamento e observar sistematicamente os cometas. Não vou parar nunca”, conta.

Domingues é um dos milhares de astrônomos amadores existentes no Brasil. Divididos por gostos, mas unidos pela paixão pelos mistérios do Universo, esses homens e mulheres são na sua maioria anônimos que levam a sério o hobby de estudar o espaço. Alguns se dedicam apenas a fotografar ou a acompanhar cometas e meteoros, como é o caso de Marcelo. Outros preferem sair à caça de supernovas e galáxias próximas. O fato é que todos os tipos de observação acabam contribuindo de forma efetiva para a ciência.

Enquanto os profissionais precisam escrever um projeto e conseguir apoio financeiro para pagar o aluguel de um observatório profissional, no qual permanecem por dois ou três dias, os amadores têm a possibilidade de observar o espaço a qualquer momento, durante o ano inteiro, se quiserem. “Dessa forma, eles acabam reunindo uma quantidade muito maior de dados sobre alguns objetos astronômicos ou até revelando supernovas, ou mesmo a órbita de um asteroide”, diz Augusto Daminelli, astrônomo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP).

Um exemplo dessa contribuição foi a descoberta de uma supernova feita pelo Grupo Brasileiro de Busca de Supernovas (Brass, na sigla em inglês), formado apenas por amadores. A nuvem brilhante era exatamente o objeto de estudo de Daminelli. “Esse grupo amador me trouxe dados que, talvez, eu jamais conseguiria obter. São estrelas com mais de 300 anos que ajudam a contar a história do Universo. Algo importantíssimo”, revela o especialista da USP. “Isso demonstra a importância do diálogo entre amadores e profissionais.”

Segundo Daminelli, diversos asteroides, cometas, estrelas e supernovas têm sido descobertos por amadores, enquanto os profissionais realizam os estudos mais aprofundados sobre a natureza desses objetos. O que, para Tasso Napoleão, membro da Brass, fortalece o diálogo e ajuda à ciência. “Astrônomos amadores são parceiros dos profissionais. Além disso, a ciência não se constrói com uma pessoa. O que fazemos são pequenos avanços com a colaboração de todos. Nossa remuneração é ver nossas descobertas publicadas nos artigos dos astrônomos profissionais”, conta, entusiasmado, Napoleão, também presidente da Rede de Astronomia Observacional do Brasil (REA-Brasil), outra organização de observadores amadores.

Tecnologia
Reunidos em grupos ou mesmo solitários, esses dedicados estudiosos compram, montam e até criam seus próprios equipamentos de observação. “Com o avanço da tecnologia e, consequentemente, seu barateamento, conseguimos montar observatórios com câmeras de alta sensibilidade, telescópios de alto alcance e computadores com softwares para processar os dados”, explica Cristovão Jacques, que faz parte do Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (Ceamig). Jacques, 47 anos, é engenheiro civil e físico. Foi ele quem desenvolveu o telescópio do observatório amador mineiro, que fica na Serra da Piedade, a 60km de Belo Horizonte. Sozinho, ele descobriu 16 asteroides — 13 deles só em 1999, quando surgiu o Ceamig. “Observo o espaço desde os 14 anos, quando fiquei fascinado pelo brilho da Estrela d’alva (o planeta Vênus). Escolhi os asteroides (1) porque eles são mais acessíveis à observação amadora e têm necessidade de serem investigados”, justifica.

Asteroides, meteoros e cometas são os únicos objetos astronômicos que o descobridor pode nomear (2). “À minha primeira descoberta, dei o nome de Wykrota, sobrenome do casal que fundou nosso observatório. Mas também tem o asteroide Marcos Pontes, em homenagem ao primeiro astronauta brasileiro a ir ao espaço”, conta Jacques. Tantas descobertas deram ao engenheiro civil credibilidade. Hoje, ele participa do grupo internacional amador ligado à Agência Espacial Americana (Nasa) que patrulha o espaço em busca de imensos asteroides (com mais de 10km de diâmetro) que possam ameaçar a Terra. Além disso, Jacques faz parte da REA-Brasil e da Brass.

Contemplação
Entre os astrônomos amadores, há aqueles que preferem apenas contemplar solitários o Univesro. É o caso de Paulo Cacella. O engenheiro elétrico e servidor do Banco Central foi o primeiro brasileiro a descobrir uma supernova (3), de um jeito quase improvável: sem querer. Cacella vasculhava o espaço quando lembrou-se de uma das primeiras galáxias que fotografou quando comprou o CCD (aparelho que captura imagens do computador). Logo no primeiro registro, notou uma pequena estrela próxima ao núcleo da galáxia. ‘‘É uma supernova’’, disse a si mesmo.

A posição era suspeita, mas era preciso conferir todas as demais hipóteses. Poderia ser um asteroide, uma estrela da Via Láctea superposta na imagem ou mesmo um defeito no equipamento. O que Cacella não sabia era que aquela era uma supernova desconhecida e que ele era o primeiro astrônomo a vê-la. ‘‘Astronomia, sonhos, desejos, imagens, estética, prazer e música são drogas mais poderosas que qualquer química inventada pelo homem’’, diz Cacella, tentando descrever o que sentiu no instante de sua descoberta.

Já o servidor público Wilton Ferreira da Costa, 52 anos, observa o céu há 29 e ainda não teve a sorte de descobrir algum objeto. Sua paixão são os asteroides pequenos. “Conhecemos muito pouco os de pequeno tamanho. A estimativa é que possam existir mais de 1 milhão, com cerca de 1km de diâmetro. Há muito a ser descoberto”, afirma. Costa acrescenta que a astronomia torna as pessoas mais humildes quando se deparam com os mistérios e a grandeza do espaço. “Observar o céu nos leva a ter uma melhor noção da imensidão do Universo e da beleza dos seus objetos, além da mecânica celeste que os envolve. A cada observação, fico igualmente impressionado, como da primeira vez. Contudo, o mais impressionante é saber o quanto somos pequenos diante de toda essa imensidão.”


1 - Evolução
A supernovas são estrelas em explosão, que expelem uma nuvem brilhante e de muito interesse para os astrônomos, por conter informações sobre a evolução do Universo. Uma supernova possui todos os elementos da tabela periódica; consequentemente, pode causar a extinção de seres ou levar a um processo que resulte na geração de vida.

2 - Políticos, não
A União Astronômica Internacional une as sociedades astronômicas nacionais do mundo e integra o Conselho Internacional para as Ciências. A IAU é responsável pela nomenclatura de estrelas, planetas, asteroides e outros corpos e fenômenos celestes. Não é permitido, porém, dar nomes de políticos e é preciso justificar a escolha. Os dados obtidos pelos amadores são passados via internet à IAU, que os repassa aos astrônomos profissionais para serem ou não validados.

3 - Resíduos
Os asteroides são resíduos do material deixado para trás quando houve a formação do Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos. A astronomia conhece 99% dos asteroides com mais de 100km de diâmetro. Já no intervalo entre 10km e 100km de diâmetro foram catalogados praticamente metade deles. Os astrônomos estimam que possam existir mais de 1 milhão de asteroides com cerca de 1km de diâmetro.

quinta-feira, 18 de março de 2010

4a Noite Internacional da Astronomia de Calçada!

A SPCA realiza neste sábado, dia 20/março, uma Observação Pública (participação gratuita) no Parque Ambiental de Ponta Grossa. Serão observados os planetas Marte e Saturno, e com destaque especial para a Lua, que exibindo um fino crescente, estará bastante próxima do aglomerado estelar aberto das Plêiades, proporcionando um belo espetáculo. Poderão ser observados ainda muitos objetos interessantes como aglomerados estelares e estrelas duplas, e os participantes também poderão esclarecer as suas dúvidas a respeito do Universo.

O evento faz parte de uma grande celebração astronômica internacional, a 4a Noite Internacional da Astronomia de Calçada (conhecida pela sigla ISAN: International Sidewalk Astronomy Night), onde grupos de astrônomos autodidatas em diversos países irão realizar atividades buscando a divulgação e o ensino da astronomia. Venha, descubra o Cosmos através dos instrumentos e participe desta grande festa mundial da astronomia amadora!

As atividades da SPCA terão início a partir das 18 horas. Se o tempo estiver chuvoso ou com o céu muito nublado, infelizmente a atividade terá de ser cancelada. A primeira observação pública planejada para este ano de 2010 já teve de ser cancelada devido ao mau tempo, mas felizmente desta vez a meteorologia está indicando que o tempo estará bom. Segue abaixo o cartaz do evento:

domingo, 14 de março de 2010

Telescópios ou obras de arte?









Existem alguns ATM's que ultrapassam o limite da perfeição técnica do bom funcionamento de um telescópio, transformando o instrumento numa obra de arte.

Efemérides da Semana 15/03 a 21/03

As efemérides desta semana. Boas observações!

15
Lua Nova.

17 Lua próxima a Vênus.

20 Equinócio Vernal às 14h33min. Início do outono. Data ideal para se descobrir o norte geográfico verdadeiro utilizando um gnômon, mais conhecido como relógio solar.

21 Lua muito próxima às Plêiades às 21h, sendo possível a observação de ocultação. Saturno: oposição e máxima aproximação com a Terra (1,27 bilhão de quilômetros).

Satélites Artificiais
DateLocal
Time
Intensity
( Mag)
Alt.AzimuthDistance to
flare centre
Intensity at
flare centre
(Mag.)
Satellite
16 Mar19:40:09-538°173° (S )8.4 km (W)-8Iridium 46
17 Mar19:33:57-240°174° (S )17.9 km (W)-8Iridium 49
18 Mar19:27:49-041°171° (S )35.4 km (E)-8Iridium 22
19 Mar05:16:07-245°344° (NNW)23.1 km (W)-8Iridium 64
19 Mar19:21:37-244°172° (S )22.2 km (E)-8Iridium 25
20 Mar05:10:05-444°345° (NNW)10.4 km (E)-8Iridium 67

Cometas
81P/Wild2 - Magnitude: 9,4 - Constelação: Virgem.

Fontes: SkyMaps®, Anuário de Astronomia 2010 da Scientific American Brasil e Heavens Above.

Logotipo

Saudações astronômicas.
Como podem perceber, estamos de logotipo novo. Nosso colega e astrônomo autodidata Marcelo Kaczmarech nos presenteou com uma versão moderna de nosso logotipo. De uma nitidez impressionante, resgata originalmente o logo escolhido em reunião ordinária, ainda quando a SPCA dava os primeiros passos.
Aproveitem o novo visual do blog.
Sugestões são sempre bem-vindas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Envie seu nome para Marte!!

Do site da SPCA®
por Cristopher Hans Margraf.

Acessando o link abaixo, seu nome será gravado em um microchip que acompanha o rover Mars Science Laboratory, conhecido popularmente como Curiosity, que será enviado a Marte em 2011!
Faça parte da História!! Acesse o endereço abaixo e entre com os seus dados (Nome, País e CEP):

http://marsparticipate.jpl.nasa.gov/msl/participate/sendyourname/

O site ainda gera um certificado como o que segue abaixo, que poderá ser impresso ou salvo como imagem (usando a tecla Print Screen do teclado).



O que é o Mars Science Laboratory?
O MSL é um rover, ou seja, um veículo desenhado especialmente para se locomover no relevo acidentado de um corpo celeste específico, neste caso, no relevo marciano, assim como os já famosos rovers Spirit e Opportunity. É um laboratório avançado que irá realizar vários experimentos e medições, investigando profundamente o clima e o ambiente marciano. Através de seus resultados, será possível determinar se Marte já foi, ou talvez até mesmo se ele ainda é, um ambiente capaz de abrigar alguma forma de vida.

10/03/2010 - 12h36 China planeja primeiro pouso na Lua em 2013

da Efe, em Pequim

A China pretende lançar em 2013 a nave Chang'e-3, seu terceiro módulo lunar e o primeiro aparelho do programa aeroespacial chinês que deve pousar na superfície da Lua.

A agência oficial Xinhua informou hoje que a Chang'e-3 --que leva o nome de uma deusa lendária chinesa-- fará uma alunissagem (pouso na Lua) controlada sem tripulação e liberará um veículo motorizado que percorrerá a superfície lunar.

O projetista-chefe do primeiro satélite lunar chinês, Ye Peijian, assegurou que a missão está fazendo "bons progressos" com o desenho de um protótipo que atualmente está em fase de desenvolvimento.

No entanto, antes do lançamento da Chang'e-3, a China ainda tem pela frente o envio de sua segunda sonda, a Chang'e-2, previsto para outubro deste ano.

Este satélite estudará as condições da Lua e fará fotos de alta resolução do local onde a China quer que sua missão seguinte pouse.

O programa espacial chinês se desenvolve principalmente em duas ramificações. Uma cuida de missões tripuladas para o estabelecimento de uma estação espacial permanente, e a outra, do estudo da Lua.

Esta última começou em outubro de 2007 com o lançamento da primeira sonda, a Chang'e-1, que fez um mapa tridimensional da Lua.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Efemérides da Semana 07/03 a 14/03

Segue a efemérides desta semana. Fonte: Anuário de Astronomia 2010 Scientific American Brasil.

Dia Hora Eventos
07 12h43 Lua Quarto Minguante.
10 14h10 Marte estacionário em longitude. Ele termina seu movimento retrógrado (laçada) para novamente se aproximar de M44. Magnitude -0,3.
12 06h36 Lua no apogeu. Distância: 406.013 km. Diâmetro aparente: 29,4'
14 10h05 Mercúrio em conjunção superior com o Sol.

Estação Espacial Internacional

DataMagInícioMax. altitudeFim
HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
8 Mar-2.204:53:0338S04:53:0338S04:55:1210SSE
9 Mar-0.905:17:3412SW05:17:3412SW05:18:4510SSW


Satélites Iridium
DataHora Local
Intensidade
( Mag)
AltitudeAzimuteDistância do
brilho
no centro
Intensidade do
brilho
no centro
(Mag.)
Satélite
12 Mar05:49:08-152°357° (N )27.6 km (W)-8Iridium 64
13 Mar05:43:06-852°358° (N )2.1 km (E)-8Iridium 67
14 Mar05:37:04-051°359° (N )32.9 km (E)-8Iridium 72

08/03/2010 - 08h53 Grupo diz detectar antimatéria mais pesada presente no início do Universo

RICARDO MIOTO
da Folha de S. Paulo

Um grande grupo internacional de cientistas diz ter recriado uma partícula que esteve presente na origem do Universo. É o núcleo de antimatéria mais pesado já visto.

A teoria do Big Bang postula que, no surgimento do Universo, existiam quantidades iguais de matéria e antimatéria (matéria composta de partículas com cargas elétricas trocadas).

Mas, de alguma forma, a matéria acabou predominando e formando quase tudo o que existe. Ainda bem: como matéria e antimatéria se aniquilam mutuamente, essa assimetria inicial foi fundamental para que o cosmo existisse. Hoje, os cientistas procuram as antipartículas, "derrotadas", para entender como isso aconteceu.

A estratégia é acelerar núcleos de átomos até velocidades próximas à da luz e colocá-los para se chocar. Essas colisões liberam grandes quantidades de energia e "quebram" os átomos em várias subpartículas.

Se a trombada for forte o suficiente, algumas dessas partículas serão de antimatéria. A má notícia é que elas duram frações mínimas de segundo, logo se desintegrando.

Ainda assim, é melhor do que nada, e os cientistas estão conseguindo, pouco a pouco, pedaços inéditos de antimatéria. É o caso da pesquisa apresentada na última edição da revista "Science", em que se produziu um antinúcleo de hidrogênio superpesado, composto de um antiquark chamado "estranho", visto pela primeira vez.

Os quarks são os elementos básicos dos nêutrons e dos prótons do núcleo dos átomos. O antiquark é um dos pedaços mais básicos de antimatéria. Até hoje, foram poucos os experimentos que conseguiram energia o suficiente para produzir átomos inteiros de antimatéria, já que antiprótons e antinêutrons se aniquilam antes de formarem um núcleo.

Editoria de Arte/Folha Imagem

Brasileiros

O grupo responsável pelo experimento envolve 584 cientistas em 12 países, incluindo brasileiros da USP e Unicamp.

"O jeito como fazemos experimentos em física nuclear e das partículas mudou dramaticamente. Hoje, são sempre centenas de colaboradores", diz Hans Georg Ritter, físico do Lawrence Berkeley National Laboratory, nos EUA.

Para produzir seu anti-hidrogênio com o quark "estranho", os cientistas fizeram núcleos de átomos de ouro se chocarem no Colisor de Íons Pesados (RHIC), em Long Island (EUA). O aparelho, do tamanho de uma casa, obtém energias comparáveis à do Big Bang, dissolvendo os núcleos.

"As colisões produzem muitos tipos de partículas e núcleos, e o tipo de antimatéria que procuramos é muito raro", diz Ritter.

Segundo ele, de 100 milhões de colisões, apenas 70 foram úteis para encontrar os antiquarks "estranhos". Um trabalho minucioso de análise computacional é necessário para detectar as colisões certas.

sábado, 6 de março de 2010

Charges Astronômicas

"No instituto de Espaço-Tempo..."

































"É preto e parece um buraco. Eu diria que é um buraco negro."

quarta-feira, 3 de março de 2010

Mais depósitos de água na Lua

do Portal G1.

Foto: Nasa

Mapa da mina - Crateras onde a luz do Sol nunca bate funcionam como depósitos de água congelada (Foto: Nasa)


A Nasa, a agência espacial americana, encontrou mais evidências de depósitos de gelo perto do polo norte da Lua. A descoberta foi possível graças aos registros do Mini-SAR, radar superleve (menos de 10 kg) embarcado na sonda indiana Chandrayaan-1. Foram mapeados mais de 40 pequenas crateras com gelo de água. O diâmetro das crateras varia de 2 a 15 quilômetros. Estima-se que haja no mínimo 600 milhões de metros cúbicos de gelo.


“O quadro que está emergindo das diversas medições, e dos dados dos intrumentos das missões lunares, indica que a criação, migração, depósito e retenção de água estão ocorrendo na Lua”, afirmou Paul Spudis, principal cientista da equipe que controla o Mini-SAR, sediada em Houston, Texas.


A existência de água na lua sempre foi considerada pelos especialistas como condição fundamental para o estabelecimento de uma base lunar permanente. A ironia deste anúncio sobre a identificação de mais indícios sólidos sobre depósitos de gelo em crateras lunares é que ele é feito poucos dias depois de a gestão Barack Obama dar uma ducha de água gelada nos planos da Nasa de retomar voos tripulados para a Lua. O orçamento dos EUA proposto pelo presidente democrata engaveta o programa Constellation , concebido para viabilizar o retorno do homem à Lua.

Os achados do Mini-SAR serão publicados em detalhes no periódico científico “Geophysical Research Letters”.

terça-feira, 2 de março de 2010

Mars Express perto de Phobos


Mars Express a caminho da maior aproximação a Phobos
1 Março 2010
A nave Mars Express, da ESA, irá passar bem perto da maior lua de Marte, Phobos, na Quarta-feira à noite. Passando a uma altitude de 67 Km, um seguimento de rádio preciso irá permitir aos investigadores espreitarem a lua misteriosa.

A Mars Express participará em 12 aproximações a Phobos. De cada vez, serão apontados diferentes instrumentos ao misterioso rochedo, adquirindo-se mais informação. A passagem mais próxima ocorrerá a 3 de Março, às 21:55 CET, uma hora a menos em Portugal.

Perto de Phobos, a nave será desviada da rota pelo campo gravítico da lua. O desvio será de apenas alguns milímetros por segundo e não afectará a missão de nenhuma forma. No entanto, para as equipas em terra, permitirá uma visão única do interior da lua e de como a sua massa está distribuída.

Como é que esta medição extremamente sensível será feita? Ironicamente, serão desligados todos os sinais da nave. A única coisa que as estações em terra irão escutar será o sinal de rádio, usado para transportar dados.

Phobos
Preparação para a maior aproximação a Phobos
Sem dados para transmitir, a única alteração ao sinal será causada pela mudança de frequência provocada por Phobos. As alterações serão da ordem de uma parte num trilião e são manifestações do efeito de Doppler – o mesmo efeito que faz mudar o som da sirene consoante esta se aproxima ou afasta.

Foram já realizados dois ensaios para esta operação, permitindo que o pessoal em terra e os controladores da nave treinem os seus papeis. Agora é o momento de levar à prática. Planeada inicialmente para uma aproximação a 50 Km de altitude, a passagem será agora a 67 quilómetros.

Durante uma manobra, na semana passada, a nave ficou numa trajectória que iria incluir uma ocultação por Phobos. Isto queria dizer que a Mars Express ficaria por trás de Phobos, vista da Terra. Como este facto iria prejudicar o seguimento da nave, decidiu-se fazer uma manobra para recolocar a passagem numa altitude superior.

O trabalho não estará terminado após esta aproximação. Outras sete se seguirão, antes de terminar a campanha. Além da experiência de seguimento, conhecido como MaRS, de Mars Radio Science, o radar MARSIS já andou a inspeccionar a superfície de Phobos com feixes de radar. «Já procedemos a um processamento de dados preliminar e a assinatura de Phobos é evidente em quase todos os dados», diz Andrea Cicchetti, do Instituto Italiano de Física do Espaço Interplanetário e membro da equipa MARSIS.


MARSIS completely deployed
O radar MARSIS já está a recolher dados
A camera, HRSC, sera usada na aproximação de 7 de Março, quando a Mars Express passar pelo face iluminada de Phobos a uma altitude de 107 Km e continuará a ser usada nas passagens subsequentes, obtendo imagens de alta resolução da superfície da lua. Os outros instrumentos também serão postos a funcionar.

ASPERA já está a estudar a forma como as partículas carregadas do Sol interagem com a superfície de Phobos. SPICAM, PFS, OMEGA estão a caracterizar a superfície da lua, com o PFS a tentar medir a temperatura de Phobos, nos lados iluminado e escurecido. O HRSC irá prestar particular atenção ao local proposto para a aterragem da missão russa Phobos-Grunt, que deverá ser lançada em 2011/12.

«Todas as experiências na Mars Express dizem algo sobre Phobos,» diz Olivier Witasse, cientista de projecto na missão da ESA. Isto é um bónus para a ciência, tendo em conta que nenhuma delas tinha sido concebida para o estudo de Phobos, apenas do planeta Marte. O resultados científicos destas passagens deveráo estar disponíveis nas semanas ou meses seguintes, quando as várias equipas tiverem tido tempo para analisar os dados.