A equipe do satélite Corot, que conta com participação brasileira, anunciou nesta segunda (14) a descoberta de mais seis planetas fora do sistema solar. Eles são bastante diferentes uns dos outros, mas todos são bem maiores do que a Terra.
A busca por planetas distantes está surpreendendo os cientistas desde 1995. Até agora, já foram encontrados 450 (15 pela Corot, contando os anunciados hoje). Para Sylvio Ferraz Mello, astrônomo da USP, isso não quer dizer que os novos resultados estejam apenas acrescentando mais uns poucos planetas à lista.
"É incrível, mas não tem dois iguais. Encontramos densidades completamente estranhas, tamanhos estranhos", diz.
Em um dos descobertos agora, por exemplo, a temperatura sobe de 250oC para 600oC em apenas 13 dias. Isso é quanto dura um ano no lugar: o planeta está muito (mas muito mesmo) perto da estrela que orbita (o seu Sol).
O grande objetivo dos cientistas, porém, é achar mais planetas parecidos com a Terra. Eles precisam ser, portanto, menores do que esses seis. "Se esperava, quando começamos com o Corot, que fôssemos achar mais deles, mas não podemos alterar a natureza", diz Mello.
Em 2009, a Corot achou um planeta parecido com a Terra fora do sistema solar. Ele ficou conhecido como "Corot 7", é pequeno e tem um solo firme, parecido com o terrestre. Se existir vida fora do sistema solar, é razoável imaginar que ela poderia ter mais chances em um planeta assim (afinal, pelo menos está provado que ela pode aparecer em um planeta como a Terra).
O que os cientistas da Corot gostariam que acontecesse agora, diz Mello, seria encontrar "mais um Corot 7". Em paralelo, outras missões, como a Kepler, da Nasa, tentam o mesmo.
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A Lua pode ter mais água do que se imaginava, segundo um estudo publicado na revista "PNAS".
Uma equipe de cientistas analisou o mineral apatita contido em rochas lunares colhidas durantes as missões Apollo e de um meteorito lunar encontrado no norte da África.
Os cientistas descobriram que havia pelo menos 100 vezes mais água nos minerais lunares do que se pensava.
Este grupo é um dos muitos que busca provas de existência de água na Lua e de como a água chegou à Terra.
O líder da equipe, Francis McCubbin, da Instituição Carnegie para Ciência, em Washington, disse à "BBC News" que o conteúdo de água na Lua varia de 64 partes por bilhão a 5 partes por milhão. "Algo como 2,5 vezes o volume dos Grandes Lagos", disse.
Acredita-se que a Lua tenha se formado após a colisão de um astro do tamanho de marte com uma Terra jovem, há 4,5 bilhões de anos. O impacto de alta energia produziu entulho derretido, que esfriou e formou a Lua.
Nesse perído, havia uma oceano de magma na Lua. Esse magma continha água, que entrava em erupção na superfície do satélite. A maioria dessa água evaporou, mas parte dela permaneceu nas rochas.
CRONOLOGIA
As missões espaciais Apollo nos anos 60 e 70 resultaram no acúmulo de vasto acervo de rochas lunares, que foram estudadas por cientístas durante vários anos.
A Lua foi declarada seca, mas essa teoria foi questionada em 2008 quando uma equipe dos EUA descobriu evidência de água em rochas vulcânicas usando um método de espectroscopia de massa de íons secundários.
Foi um avanço, apesar de as quantidade de água observada ser diminuta --da ordem de 46 partes por milhão.
No começo de 2010, observações a partir da nave indiana Chandrayaan-1 revelaram depósitos grossos de água congelada próximo ao polo norte lunar.
No novo estudo, McCubbin e colegas também usaram espectroscopia de massa para investigar as rochas da Apollo, mas dessa vez eles analisaram o único mineral que contém água nas rochas, apatita. O mineral é um importante componente de ossos e do enamel dos dentes e tem uma boa maior chances de reter água que rochas vulcânicas.
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