Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas ®

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Meteorologia Pré-histórica

Ontem pela manhã, quando observava as condições meteorológicas, constatei que iria chover. Não precisei acessar o site do SIMEPAR ou do INPE. Como fiz isso? Simples: meteorologia observacional, mais conhecida como meteorologia pré-histórica.
Para fazer este tipo de diagnóstico se faz necessário somente um instrumento, o olho, e observações diárias. As observações sucessivas nos ensinam a memorizar as características atmosféricas regionais, possibilitando assim, uma previsão com a probabilidade de até 90% de acerto. Isso é muito!
Lavradores e trabalhadores do campo em geral, conhecem muito bem essas características, pois estão em contato permanente com o meio onde elas tornam-se visíveis.

Tipos de nuvens e a probabilidade de chuva

As nuvens se dividem em alguns grupos. Nuvens baixas, até 2000 m de altura (stratus, stratocumulus e nimbostratus); nuvens médias, de 2000 a 6000 m de altura (altostratus e altocumulus); nuvens altas, acima de 6000 m de altura (cirrus, cirrostratus e cirrocumulus); e, por fim, nuvens de desenvolvimento vertical, que vão de 200 a 12000 metros de altura (cumulus e cumulonimbus).
Nas nuvens do tipo Cirrus, o que mais nos interessa é a Cirrostratus, que associada ao Sol ou a Lua provoca o halo em torno do astro. Isso se deve a refração e reflexão da luz nos cristais de gelo que formam a nuvem. Quando o halo é observado, a possibilidade de chuva nas próximas 24 horas é muito grande.

As nuvens denominadas Autocumulus, que quando elas aparecem muitos dizem que o céu está encarneirado, possibilitam um diagnóstico muito preciso. Elas preveem chuva em menos de 12 horas.

Através das nuvens Cumulus podemos diagnosticar que, ao contrário das outras, a probabilidade de chuva é muito pequena. Porém, vale uma ressalva: somente Cumulus de porte pequeno, pois as chuvas de verão que ocorrem no Brasil se devem a nuvens Cumulus de grande porte.

Se você ver um a nuvem gigantesca com o topo em forma de bigorna, pode preparar o guarda-chuva, esconder o telescópio, pegar um livro e começar a lê-lo sem pressa, pois a tempestade está chegando. E é melhor não sair para ver a chuva, a não ser que você queira ser atingido por um raio!


Um comentário:

  1. Parabéns Carlos, post extremamente útil! Sugiro que você pense em fazer uma palestra ou pelo menos um resumo sobre isso pra apresentar nos encontros ou na possível Semana Princesina de Ciências Astronômicas, porque é muito útil pra qualquer pessoa que observa.

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